segunda-feira, 13 de maio de 2024

 “ACRE, MEU QUERIDO RINCÃO”

Por Gilberto A. Saavedra (2024)
Ai que saudade danada
De voltar ao meu querido rincão
E matar aquela saudade eterna
Que encheu o meu coração.
Ai que saudade danada
De voltar ao meu querido rincão
E buscar a velha felicidade
De tudo que eu tanto amei.
Ai que saudade danada
De voltar ao meu querido rincão
E relembrar o passado
O qual me apaixonei.
Ai que saudade danada
De voltar ao meu querido rincão
E conversar com os amigos
Que na terrinha eu deixei.
Ai que saudade danada
De voltar ao meu querido rincão
E apreciar os sons das retretas
De dentro do meu coração.
“Ao som da retreta na Praça Eurico Dutra,
Com a banda de música da antiga Guarda territorial,
Sob as batutas dos Maestros, Sargentos Roldão e Horácio,
Contagiavam os presentes com suas sinfonias de dobrados.”
Homenagens:
Aos maestros Holdernes e Raimundo Neves, e,
aos músicos:
Sandoval dos Anjos, Mário do Carmo Pires, Elias Ribeiro Alves, (Sargentos): Cholada, Deca, Souza, Zuza, Adonias;
Edmundo, Cleomendes, Juvenal, Zé Paulo,
(Tenentes) Belarmino, Zeca Torres, Vitor,
e ao querido Capitão Pedroca (Pedro Vasconcelos Filho),
autor da belíssima composição “Canção do Soldado Acreano” (dobrado).
Ah, quanta saudade de nossa Catraia valente,
Que sobreviveu o tempo e o vento,
Andou com a gente, nas águas barrentas do afluente,
Até sucumbir no seu juízo final.
Quem esqueceria as famosas matinês, nos Cines:
Rio Branco, Biriba, dos Padres e Cine Recreio;
Muita alegria e gritaria;
Pirulitos, pipocas e balas.
Velhos seriados épicos de capas e espadas,
Ainda, em ‘preto e branco’ dominavam a preferência infantil;
Nas aventuras bretãs de O Rei Arthur
E os Cavaleiros da Távola Redonda.
Os Três Mosqueteiros; Zorro; Tarzan, Jane e Chita.
Ainda me lembro Das novenas na Catedral;
Carolas com os crucifixos em suas mãos,
implorando para o Santo Antônio,
um Príncipe Encantado’, “Um marido”, encomendado.
Eu era uma criancinha, mas me lembro
do Senhor João Cunha, vizinho na Epaminondas Jácome
no iniciado de 1950.
Lembro da Clicia, o João (o filho).
Acho que, Isaurinha, ainda
não tinha nascido, pois não recordo.
Saudade dos Arraiais e das Quermesses.
Festa na Santa Inês do pároco Orlando Testi (reside na sua Itália).
Do Bosque, Cerâmica e Cadeia Velha,
Bairro Quinze e José de Melo.
As festas Juninas, Paus de sebo e Quadrilhas,
Lindas caipiras enfeitadas em trajes típicos,
Cantando e dançando ao som do forró,
ao lado da fogueira até o sol raiar.
Dos rodízios nas escolas em nosso ‘Grupo escolar’.
Da semana da Pátria e de o desfile militar;
Lindas bailarinas (guias) estudantis que ficavam dançando
e com suas acrobacias a nos enfeitiçar.
Dos trabalhos incansáveis dos educadores,
pioneiros na Educação Física:
Válter Feliz, Tinoco, Wilde Viana, Barbadinho, Lucíola, Adalberto Pereira, Júlio D’Anzicourt, Nairton (Tilim) e Ivone Carneiro.
Saudade dos clássicos no Estádio José de Melo;
Assistir e vibrei muito e não posso esquecer:
Jogadores do passado
Do craque Touca e de seus dribles desconcertantes,
deixando o adversário, sem ver a bola e o restante.
Quem não se lembra de:
Sepetiba, Boá, Guimarães, Onofre, Orsette, Zé Cláudio, Bararu Alicio Santos, Édison Urubu, Irié, Tião Macaco (goleiro), Mozarino, Pedro da Burra, Escurinho, Dudu, Caetano, ‘Zezinho Pestana Branca’;
Curitiba, Pipira, Helinho, Tinoco, Arigó, Cidico, Clóter, Campos Pereira, Antônio Leó (Leco-Leco), Adalberto Pereira, Kikito, João Carneiro, Bico-Bico, Nemetala, José Maria, Edson Carneiro;
Danilo Galo, Valdemar Maciel, Pedrito, Benedito, Aldemar, Rivaldo Patriota, Feliz, Café (goleiro);
Nostradamus, José Augusto, Klerman, Benevides, Ivo Neves, Fernando Diógenes, e o famoso Dadão. E muitos craques que deixaram de ser citados.
Quem fosse ao velho Mercado Municipal,
Tinha a obrigação:
De provar o gostoso Muncunzá (Mungunzá),
ou o famoso mingau de Banana comprida;
Além do Chico padeiro, que era o maioral,
com sua apetitosa guloseima, não sobrava para ninguém, criou toda uma parentela,
do bacharelado ao Doutorado.
Tempo glorioso de menino de papagaio (pipa),
Empinando e entrançando,
brincando e cortando (grande Silvinha),
com linha de seda ou zero na mão.
Quando faltava o pão na cidade, tinha também que se levantar muito cedo, e deslocar-se para as padarias que estivessem produzindo o pão.
Nessa época, tínhamos diversas padarias:
Dos Lameira na Base; Privoste (Fialho) no Centro; Laureano na Avenida Getúlio Vargas (pai do saudoso amigo Francisco, nosso querido pranchão);
Senhor Jesus, na Cerâmica; Zé da Horta e Espanhol no Bosque, etc.
O pão era delicioso. Acho que não tinha essa química de hoje.
Nessa época de escassez da farinha do trigo,
cada pessoa que comparecia à padaria,
não podia comprar mais de dois pães (eram enormes).
Quem nunca se consultou no Posto de Saúde:
Com o médico Élson Damasceno e os doutores:
Monte, Nabuco, Ary, Augusto, Kawada, Laelia,
Barrau & Barrau; Augusto Hidalgo de Lima, e mais tarde Caetano e Labib.
Quem nunca comprou nas Casas:
Araripe, Granfina e Lavocat; Na Mario Maia,
O suculento Pirarucu e a gostosa “Jabá”.
Bem fritinhos e com farofa era só saborear.
Na velha Gráfica da imprensa Oficial,
Aprendendo um Ofício,
para um bom futuro seguir:
Impressor, tipógrafo ou Encadernador.
Lembro-me dos que entraram na década de 1950/60:
Rivaldo Guimarães, Jurivaldo Brasil, Edilson (Pincel), Edilson (Gordo), Pranchão, Pampolho, Edson (Bode), Carlos Viegas (Carlito), Darci, Muru Brasil, Cláudio Mota, Heleno, Wagner Cardoso (Esfola-Gato), Zé Linguiça, Gilberto Saavedra (eu), etc.
Quem não participou do Vasquinho do Miquelino.
do time do Roraima e do Pranchão;
Das peladas na Floresta, São Francisco, etc.
Stélio Souto,Teó Souto, Kikito, Roberval, Bichano da Aidê, Tortinho, Zé Maria, Zeca, Zé Palito, Lua, Euclides, Lúcio, Wilson, Chico Cuiu, Álvaro, Dái, Bolinha, Juscelino, Ney, Miguel;
Ramirez, Zequinha (da Dona mocinha), Roraima, Vanvão, Zeca, Piririca, Agnaldo Dantas, Otaviano (amigo boliviano em memória), Caçote, Ubirajara, Neguin, Derei, Vute (em memória) etc.
Dos banhos no rio,
com muitas diversões;
Na praia da Base, Mesa de Renda
E na Judia.
Quem não se recorda dos piqueniques estudantis,
na distante Sobral, regados a muitos churrascos,
e fortíssimos quentões. Retornava pra casa de batelão ou de caminhão.
Aos passeios, na Estação Experimental. Com muito Caju Maçã e muita água na boca.
Dos assaltos carnavalescos com Crescêncio
nos clubes do Rio Branco, Juventus,
Vasco da Gama, Tentâmen, Atlético Acreano,
e em nossa conceituada SBORBA.
Blocos de Sujo, nos Carnavais,
Escolas de Samba da Cadeia Velha,
Bairro Quinze e Capoeira.
Os grandes bailes do Juventus e do Rio Branco,
Com Crescêncio, Os Bárbaros e os Mugs,
interpretando os sucessos,
Dos Beatles aos Rolling Stones.
Lembranças inesquecíveis da Rádio Difusora.
Do auditório com programas de calouros;
Natal de Brito no comando e os valores da terra a interpretar;
José Lopes, e o Conde ‘Criatura’ na Andirá.
Quem não se lembra:
de Mota de Oliveira o Galã da Locução.
Que enfeitiçava toda a mulherada,
encantando corações,
em programa de saudade, com poemas de paixão.
Índio do Brasil, com sua voz de timbre grave.
Lia o Noticiário Oficial do Governo,
informando tudo a todos:
Portarias, nomeações e demissões.
O Radialista Cícero Moreira
Embora só com uma visão,
mas enxergava tudo direitinho,
na hora do texto da Locução.
Homenagem aos colegas radialistas e jornalistas que participaram desse tempo memorável (décadas 64/73, antes da televisão no Acre:
Natal de Brito, Cícero Moreira, Mota de Oliveira, Altemir Passos, Rivaldo Guimarães, José Lopes, Laurentino Pinheiro (irmão do Natal), Oto Viana, Marçal, Sebastião Araújo;
Professor Aramô Pascoal, Etevaldo Gouveia, Anselmo Sobrinho, Francisco Pinto, Theodomiro Souto (Teó), Chico Pop, João Filho, *Gilberto A. Saavedra (eu);
Sergio Quintanilha, Dom Giocondo Maria Grotti (bispo), Zezinho Melo, Jorge Cardoso, José Valentim Santos, Agnaldo Martins, Agnaldo Guilherme, Adalberto Dourado;
Raimundo Nonato (Pepino), Francisco Cunha, Nivaldo Paiva, Compadre Lico (e o irmão dele), Conde, Claudemir Mesquita, Marinete Távora Wonlind, Rita Batista;
Estevão Bimbi, Nilda Dantas, William Modesto, Delmiro Xavier, Mauro D’Avila Modesto, Joaquim Ferreira, Alicio Santos, Luis Rodomilson, Eduardo Mansour;
Gerardo Madeira, Ilson Nascimento, José Simplício, J. Almeida, Juvenal, Elizeu Andrade, Ulisses Modesto, Campos Pereira, J. Conde, J. Xavantes, E. Gadelha, V. Canizo, Alberto Chaves, Chico Pontes Edson Soares, Lino;
Raimundo Fernandes, M. Costa, Antônio Carlos Batista, Demóstenes Nascimento e Ronaldo Guerra.
Vilma Nolasco, Paulo Farias, Marte Rocha, João Nascimento, Adriano César, Paulo Mota, César Hildo, Luis Miquelino, João Petrolitano, Muru Brasil.
Dolores Silva, Terezinha Batalha, Orlando Mota, Terezinha Oliveira, Lila, Ilma, Graça Oliveira, Antônio Mota e o irmão do Zezinho Melo.
Aos pioneiros: Garibaldi Brasil, Alfredo Mubarac, Índio do Brasil, Sérgio Brasil, Orsete do Vale, Maria Júlia Soares e Diomedes Andrade.
Não podendo ficar de fora, a figura folclórica do simpático e querido ‘Cornélio’, funcionário da Difusora Acreana.
Mas o tempo passou, e tudo ficou para trás. Conosco, somente as lembranças e saudades dos bons momentos vividos.
Ai que saudade danada
De voltar ao meu querido rincão
E abraçar a todos
Com muito amor e devoção.
(Gilberto A. Saavedra: Radialista e Jornalista)
Pode ser uma imagem em preto e branco de 1 pessoa, rua e texto que diz "口 . 0하이 S proudly hosted proudly.hostedon on photobucket"
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Leon Levy
Simplesmente magnífica narrativa nobre e brilhante escritor e poeta Gilberto Saavedra Saavedra .Forte abraço meu irmão
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Autor
Gilberto Saavedra Saavedra
Leon Levy Muitíssimo grato ilustríssimo poeta e amigo, Leon Levy; nosso inesquecível passado na gigantesca hileia tropical,
terra do Açaí, da graviola, do buriti, do Genipapo, Cupuaçu, Castanha e do Maracujá.
Um forte abraço, grande Leon Levy.

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