Meu pai foi embora há 46 anos.Todo pai só quer o bem dos filhos.
Em homenagem a ele escolhi esta matéria jornalística. Muitas saudades.
7 de novembro de 2021 ·
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UM ENCONTRO HISTÓRICO NO RIO DE JANEIRO
DO PROFESSOR LEVY CERVANTES SAAVEDRA
COM O BARÃO DE SAAVEDRA (português).
Início da década de 50, século passado (XX).
Uma carta que tinha como destinatário certo,
ao Barão de Saavedra.
A missiva foi enviada ao barão português, pelo remetente,
Professor e poeta Levy Cervantes Saavedra.
Sua chegada a países da Península Ibérica, Portugal e Espanha (terra de Miguel de Cervantes Saavedra), “Dom Quixote de La Mancha”.
Sendo também o principiado de Andorra, mais o território britânico de Gibraltar e, posteriormente, à América Latina.
A correspondência já em mãos do barão o deixou bastante
curioso em abrir logo o envelope, e, ler o seu conteúdo, por vir
assinada por um remetente de sobrenome ‘ Cervantes Saavedra’.
Após tomar ciência da leitura, o barão fica bastante impressionado com o rico e belo relato cultural descrito na carta, sobre os ascendentes do sobrenome “Saavedra” que,
logo envia um convite ao Professor Levy Saavedra, de descendência espanhola / judaica a um chá em sua residência.
Na carta, também, o professor solicita ao barão, um emprego ao seu filho Moacir, no banco Boavista, no qual, ele é diretor.
(Banco Boavista – organização bancária extinta e depois agregada ao Bradesco.)
É O TERCEIRO BARÃO DE SAAVEDRA
COM O TÍTULO DE NOBREZA PORTUGUESA.
O titulo nobiliárquico do Barão de Saavedra - foi criado em (11/01/1813), por D. Maria II, Rainha de Portugal, a favor de
Tomás – o militar Marechal de Campo, fidalgo Cavaleiro da Casa Real, Comendador da Ordem de AVAZ Torre e espada, etc.
LEVY CERVANTES SAAVEDRA (1900/1977)
Ex-seringalista - proprietário no Jordão do seringal Duas Nações, no Acre.
Em meado da década de 1950, o seringal é vendido
ao governo do Acre na gestão do Coronel Fontenele de Castro,
onde na parte de cima das vastas terras do seringal estava localizada à Vila Foz do Jordão e hoje Município de Jordão no Estado do Acre.
Sua vida no Acre sempre foi de muita luta e trabalho, em tempos difíceis do Ex-Território Federal do Acre, época em que tudo faltava, mas buscava sempre algo (honesto) para poder sobreviver com sua família. Não quis ser político no Acre; não admitia perseguições.
Sempre aproveitaram seus bons conhecimentos culturais e educacionais para algumas médias funções:
Delegado no interior; Escrivão; Juiz de Paz; Administrador do Hospital de Clínicas; Diretor-Bibliotecário da Biblioteca Pública de Rio Branco; Diretor e Professor de Nível Médio da União - de Escolas Públicas em Sena Madureira, Feijó, Tarauacá e, em Rio Branco, na escola Normal Lourenço Filho, como professor substituto.
Lecionava: Geografia, Português, História, OSPB, Matemática, Filosofia, Francês, além, do Espanhol.
Exerceu os cargos de:
Tabelião, vice Prefeito Municipal e também de Prefeito da cidade de Batalha, Município do Estado do Piauí - no Nordeste brasileiro, na década de 40 do século passado (XX).
Encerrou sua carreira de Professor na Lourenço Filho, mas continuou trabalhando como advogado em Tarauacá até 1971, transferindo-se para Manaus com à sua família e, depois, para o Rio de Janeiro.
Faleceu em Manaus em 1977.
O professor Levy Cervantes Saavedra era Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Acre, onde se graduou na primeira turma de advogados na década de 1960.
O ENCONTRO DO BARÃO PORTUGUÊS E O PROFESSOR LEVY SAAVEDRA.
Na data e hora marcadas, o despretensioso professor chega ao destino indicado no convite. Uma confortável residência de campo em Petrópolis – Rio de janeiro.
O desenrolar da conversa entre o barão e o convidado professor,
se mantém num clima descomplicado e de cordialidade.
A temática abordada na carta, não foi mudada. O barão foi só, todo ouvidos.
.
Após toda explanação do professor, o barão se disse, impressionado, com o elevado grau cultural do docente.
Falou-lhe com humildade, em desconhecer a história completa dos seus ancestrais, elucidando ao mestre Levy Saavedra:
– Então somos parentes, disse o barão. E os dois sorriem.
Perguntou também que, além de professor, em que mais ele atuava.
– Sou seringalista no Acre/Amazônia – Que área é essa exclamou o barão.
E o educador lhe explicou...
Finalizando o encontro, o barão perguntou pelo não comparecimento do pretendente ao emprego no banco.
– Não compareceu por não ter um terno, explicou Levy Saavedra.
– Ora ora, o emprego já é dele, disse o barão.
O Barão de Saavedra faleceu no Rio de Janeiro em 1956- (1890/1956). Foi casado com uma brasileira, Baronesa Carmen Saavedra.
O professor Levy Saavedra faleceu em Manaus, em 1977-(1900/1977).
(Por Gilberto Saavedra)
Foto da residência do Barão e Professor Levy Saavedra.




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