segunda-feira, 18 de agosto de 2025

 

ROSALINA, MEU BEM-QUERER.  (Gilberto A. Saavedra)

Esta é a história de um bárbaro crime, que aconteceu em Rio Branco, capital do Acre, em meados da década de 40 (1943), o assassinato da Professora Rosalina Sousa da Silveira.

A cidade ainda era bem pequena e pacata nessa época, e esse trágico acontecimento chocou toda a sociedade rio-branquense.

A professora Rosalina, como de costume, saia de casa pela manhã durante a semana, para ministrar aulas num antigo grupo escolar.

Era uma moça muito educada de apenas 20 anos de idade, que desfrutava de um sorriso encantador, contagiante, o qual por sua alegria tinha o poder de provocar reações idênticas em outras pessoas, ganhando simpatia de todos os transeuntes.

 

Morava bem pertinho de um presídio no centro da cidade, no qual os presidiários pela manhã tomavam um banho de sol, diariamente.

O muro do presídio não era de tijolos, apenas uma cerca de arames. Por esse motivo os presos podiam ver o movimento das pessoas lá fora.

 

Entre os detentos, um de nome Lázaro, se apaixonou pela professorinha Rosalina - e todos os dias, naquele mesmo horário de banho de sol, ele estava lá para ver o seu amor passar.

 

Lázaro já não aguentando mais essa paixão desenfreada, conta a um amigo que sempre o visitava esse seu amor pela professora.

 

Pede ao amigo, que era um jornalista de nome Praxedes, para que escrevesse uma carta à professora, pois ele era analfabeto.

 

O jornalista se segurou um pouco, mas acabou cedendo o pedido de Lázaro. Fez várias cartas destinadas a ela, porém não entregava e, ao mesmo tempo, escrevia outras e lia para o preso, como se fosse a Rosalina que estava respondendo.

 

Passado um tempo, Rosalina arranja um namorado, um piloto de aviação, que lhe propôs o pedido de casamento.

Quando o jornalista tomou conhecimento da notícia, que Rosalina ia se casar, se desesperou e tratou logo de escrever mais uma falsa carta ao Lázaro;

Na missiva, Rosalina explicava ao preso, que tinha surgido um novo amor em sua vida e que essa era a última carta para ele. Tudo tinha terminado.

 

Lázaro ficou transtornado, cheio de ódio; disse que não poderia viver sem ela.  Por causa desse motivo iria acabar com a vida dela.

Pouquíssimo tempo depois os presos foram aparar o capim da via pública, na dita rua onde morava a Rosalina.

 

Entre os presos estava o Lázaro, ainda rancoroso. Naquele exato momento Rosalina saia de casa com destino ao trabalho. Ao vê-la, partiu em sua direção com o afiado terçado na mão. Rosalina notou aquele homem vindo muito rápido em sua direção. Quando ele se aproximou, ela quis dizer algo, mas não conseguiu.

 

Lázaro levantou o braço com o terçado e violentamente o cravou bem no coração da professorinha que caiu ao chão já completamente morta.

A história é verídica; foi publicada na imprensa local.

 

Quanto ao destino do presidiário Lázaro e do jornalista Praxedes, há muitas versões que foram amplamente divulgadas e outras que ficaram perdidas na memória da sociedade.

 

Que o Jornalista Praxedes deixou o estado;

Que o presidiário se matou logo após o crime, ou

que cumpriu a condenação e foi embora do Acre. Ele era autor também de outro crime e por isso estava cumprindo pena no presídio;

Que a família da professora, também tenha deixado o estado acreano.

(Publicado por Gilberto A. Saavedra) _

 

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